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25 de março de 2025
O Web Summit Rio 2025 é um dos maiores palcos de discussão sobre o impacto da tecnologia no dia a dia. O evento reuniu líderes de empresas globais, startups promissoras e representantes do setor público. Foram discutidos temas desde Inteligência Artificial a finanças, passando pela personalização de experiências. Destacamos os principais aprendizados do evento, divididos pelos temas mais impactantes.
A masterclass da Salvia Saúde Corporativa destacou o papel fundamental do Machine Learning na transição de um modelo reativo para um modelo preventivo de cuidados médicos: “cuidar para não precisar curar”.
O avanço do poder computacional tornou algoritmos de classificação, regressão e redes neurais ferramentas acessíveis para prever diagnósticos e personalizar tratamentos. Foram abordados paradigmas de aprendizagem supervisionada e não supervisionada, como a clusterização, descoberta de anomalias e sistemas de recomendação, e suas aplicação diretas na medicina.
Em “The Rise of AI Agents and The Income Generation Challenge”, Lucas Bacic (Loja Integrada) explicou como IA virou infraestrutura, e agentes de IA já são realidade em ferramentas que vão de marketing personalizado a logística inteligente.
A masterclass abordou a democratização tecnológica com princípios como modularidade, acessibilidade financeira e interoperabilidade. E ainda mostrou algumas iniciativas que estão impulsionando a economia digital brasileira.
Leia também "Agentes de IA: o futuro da automação e tomada de decisão inteligente".
O keynote de Márcio Aguiar (NVIDIA) trouxe um olhar estratégico: para escalar IA, empresas precisam de parceiros, planos e infraestrutura. As IAs Agenticas representam um novo salto, mas sua eficácia depende da preparação de dados e pessoas.
Com o suporte de supercomputadores e plataformas como CUDA, setores como saúde, logística e energia podem acelerar suas transformações.
Em “AI and the Digital Economy”, Daniel Almeida (MCTI) trouxe o panorama do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), pautado na ética, inclusão e soberania tecnológica.
Em paralelo, foram discutidas as regulações da União Europeia (como o AI Act), e os desafios do Brasil na formulação de políticas que reduzam desigualdades regionais e evitem que o país se torne vítima da tecnologia que adota.
Rodrigo Tozzi (Tools For Humanity) apresentou a Worldcoin, uma proposta ousada para garantir identidade digital por meio da “prova de humanidade”. Ferramentas como a Orb e o WorldID - uma espécie de passaporte digital para verificar a identidade dos utilizadores numa série de serviços online - surgem como resposta à crescente confusão entre o que é humano e sintético.
A ideia de uma rede humana global prioriza interações entre pessoas reais em meio à proliferação de bots e deepfakes. A questão permanece: estamos prontos para isso?
Patricia Fischer (Zoop) abordou o fenômeno do embedded finance: quando empresas não financeiras integram soluções bancárias em seus produtos.
Casos como iFood, Itaú Shop e Nubank para PJs mostram como essas soluções podem reduzir fricções, aumentar a fidelidade e expandir o portfólio de serviços, tudo com foco na experiência fluida do cliente.
O painel sobre personalização com IA, com nomes da Hubspot, MoEngage e Ladoh, discutiu como IA pode prever comportamentos, mas ainda não emoções. A personalização é poderosa, mas depende de dados de qualidade e da compreensão do contexto emocional do cliente.
Casos reais mostram como falhas na personalização podem causar frustração ou até ferir emocionalmente, como no caso de produtos para pets enviados após o falecimento de um animal.
No setor energético, Neoenergia e EDP Ventures discutiram como a IA e automação são essenciais para escalar a produção e reduzir emissões. O cliente precisa ser tratado de forma individualizada, e não como média estatística.
Com a pressão para triplicar a capacidade energética em uma década, a transformação digital é uma necessidade estratégica, não apenas uma inovação.
O Web Summit Rio 2025 mostrou que a inovação, para ser efetiva, precisa ser humana, ética e adaptada à realidade. A tecnologia não é um fim em si mesma, mas um meio para resolver problemas concretos, empoderar pessoas e construir um futuro mais justo, eficiente e sustentável. Em um cenário cada vez mais moldado pela Inteligência Artificial, os desafios vão muito além do código, envolvendo cultura organizacional, políticas públicas, infraestrutura, e, acima de tudo, responsabilidade coletiva sobre os caminhos que estamos traçando.
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